SEU YOSHIDA E OS MORANGOS

Por: Shmuel Yerushalmi 11/02/2018

No Kibutz Hachshará Ein Dorot vivia uma família japonesa, numa moradia existente na entrada original do Kibutz, onde havia a placa “FAZENDA DO DROR “.

A família se ocupava com a agricultura, e Seu Yoshida ensinava aos chaverim como fazer os cultivos. Ele trabalhava uma parte dos terrenos, que lhe foi cedido ao lado dos nossos, na várzea na parte baixa do Kibutz, onde a irrigação era feita por meio de valetas, que canalizavam as águas ao longo dos canteiros.

Os nossos cultivos eram os mesmos que os dele, assim que podíamos acompanhar e aprender as diversas fases do trabalho, agricultores amadores/ideológicos  que éramos: preparação do terreno, semeação, limpeza de ervas daninhas, irrigação, proteção do plantio, etc.

Em geral, a produção do Seu Yoshida era melhor do que a nossa, e de vez em quando, comprávamos dêle os produtos quando os nossos não davam resultado.

Uma das plantações era a de morangos. Haviam noites muito frias, e as vezes até geava, e era preciso proteger os morangos, que já estavam perto da hora da colheita, cobrindo-os com palha, antes do anoitecer. Caso contrário, a geada os queimaria, e arruinaria os frutos.

Numa das ocasições, em que estava-se prevendo que haveria geada, perguntamos ao Seu Yoshida se precisaríamos cobrir os morangos, e êle olhou para o céu e disse que não, não iria gear naquela noite.

Geou !

Pela manhã, ao chegarmos ao campo dos morangos, vimos que os nossos se danificaram com o frio da geada, mas os do Seu Yoshida estavam protegidos por uma camada de palha e se salvaram.

Então, perguntamos a êle porque êle colocou a palha, quando nos tinha garantido que não gearia, e êle retrucou: “ É, ficô com cara”.

Aprendendo sempre …

Shmuel Yerushalmi (Jerusa)

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