As Machanot do Movimento eram sempre o ponto alto das atividades dos Snifim. Haviam as Machanot Kaitz (a partir de Janeiro) e as Machanot no meio do ano.
As Machanot do Snif Rio se realizavam na Fazenda Palacete, nos arredores de Petrópolis. Várias vezes as Machanot eram nacionais, mas a maior parte delas eram só do Snif.
A primeira Machané foi no início de 1948, e foi Nacional. As condições eram muito precárias, os dormitórios eram num estábulo, que foi adaptado com estrados de 2 andares onde foram dispostos colchões. Numa das ocasiões, por falta de lugar, foram montadas barracas de lona ao lado do estábulo.
1948 – Montagem das barracas
2015 – Centro de Estudos Ecológicos – ORT ( o estábulo reformado )
Já para as Machanot a partir de 1950, foram construidas instalações mais adequadas: dormitórios (na foto, á direita), cozinha e refeitório, uma bomba manual para trazer água para a cozinha e lavagem de pratos, e, naturalmente os WC. Mais tarde (1953) foi construido um galpão para atividades culturais( no fundo, à esquerda).
As construções para 1950 foram feitas por alguns chaverim, vários deles com preparo profissional da Escola ORT, e foram comandadas pelo chaver Ezequiel Horowitz. Ezequiel tinha preparação técnica e foi tambem o Coordenador (Merakez) de uma das Machanot.
Em uma das minhas viagens ao Brasil, em 2015, encontrei-me com o Jayme Spector, Boguer do Movimento; Jayme foi um dos construtores que o Ezequiel recrutou, e ele me contou um fato que se deu em uma das noites durante a construção:
“O grupo já se tinha alojado para dormir no barraco dos dormitórios; o Ezequiel precisou ir ao Rio, e deixou a pistola (para qual ele tinha autorização de porte de armas) nas mãos do Jayme. Durante a noite, os chaverim ouviram um som de quem estave tentando forçar a porta do dormitório. O Jayme sacou da pistola e todos ficaram esperando em silêncio, sem saber quem estava do lado de fora; o Jayme estava com a pistola apontada para a porta, com a mão tremendo, sem saber o que no final iria acontecer. A porta se abriu, e lá estava o Dines, que veio a pé para ajudar nas construções. Foi um alívio para todos, mas por pouco que o Dines quase que se foi.”
Shmuel Yerushalmi (Jerusa)
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